Eu sempre quis ter um blog do qual o primeiro post se chamasse... "O primeiro post". A verdade é que eu sempre quis ter um blog, com seu primeiro, segundo, terceiro posts. E eu sempre adiei a criação de um, por medo - sim, medo - de falar demais, ou de menos. Mais ainda, medo de começos.
É assim, na minha cabeça as ideias se encontram, se despedem e alçam vôo. Vão longe e voltam. Não tem perigo, elas estão em segurança na minha mente-escudo. Mas qual a graça de viver protegida a vida toda? É como não andar de bicicleta por medo do tombo, não nadar com medo de se afogar. A vida pede prudência, sim, mas mais ainda, ela pede coragem. Pode ser difícil, mas o pior é no começo. A gente se desequilibra até ganhar movimento pedalando, engole água até poder se atirar no mar.
Enfim, a questão é que ontem encontrei o gás inicial que precisava para arrancar minha proteção e me arriscar nesse blog. Li uma frase de William Shedd que dizia: "Um barco está seguro no porto. Mas não foi construído para isso". Pronto. Esse incentivo foi suficiente para levar meu barquinho para o mar. Para deixar minhas ideias fugirem.
Metáforas à parte, o que importa é que eu comecei, enfim, esse projeto. A vontade de modificar mil vezes esse primeiro post rondou minhas ideias (agora desprotegidas), mas eu a afastei. Pode ser que eu tenha falado demais, ou de menos. Metaforizando outra vez, pode ser que eu deveria adubar mais meus pensamentos antes de deixá-los florescer... mas agora já foi. A fase do começo está sendo superada. Talvez eu caia, me afogue, talvez meu barco fure ou perca o rumo, mas estou disposta a essa dose de coragem. Disposta a ver a graça da vida de cima da bicicleta, de dentro do barco, em alto mar. Até porque, uma vez livres, minhas ideias não aceitam mais serem aprisionadas e agora estão por aí. Uma flor não volta a ser semente. E se você, por acaso, encontrar-se com alguma e não gostar, peço paciência. Afinal, começar é difícil. E eu estou só começando. :)
Beijos e flores.
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